A chefia do IST estudou e planeou uma revolucionária reforma durante o tempo que achou necessário. Os “orgãos competentes”, cumprindo a sua missão segundo os próprios, porque podem, dizemos nós, impuseram de rompante a dita reforma à saída de uma pandemia, sem cuidar da adesão mínima dos executantes e destinatários e prescindindo de uma experiência controlada para aferir da adesão do modelo à realidade. Tão certos estavam, que emitiram opinião concordante e, para quem quis ouvir, fomos informados que (sic) “não há plano B”.
Ou seja, “Os orgãos sonharam e a obra nasceu !”
… A análise quantitativa dos indicadores de ensino do Técnico foi complementada com entrevistas a estudantes, ex-estudantes e coordenadores dos cursos da Escola. Os entrevistados mostraram-se genericamente favoráveis às medidas propostas que emanam do estudo prospetivo das universidades de referência. Os atuais estudantes mostram-se favoráveis à implementação de um 1.º ano comum, à redução do número de unidades curriculares (UC) em simultâneo e ao aumento da aprendizagem ativa e da flexibilidade curricular, não sendo favoráveis ao ensino obrigatório em inglês no 1.º ciclo. Os coordenadores são igualmente favoráveis à introdução de métodos de aprendizagem ativa, bem como da organização semestral em períodos correspondentes a metade de um semestre, desde que salvaguardada a disponibilidade docente para a investigaçãoa…
Documento original – Descarregue e compare o previsto com o realizado
a – Curiosamente não se conhece evidência da avaliação da salvaguarda ou explicação de que tipo de investigação pode ser feita quando se dão 12 horas semanais de aulas mais 3-6h de atendimento, preparação de 2 blocos semanais de aulas teóricas de 2 horas, uma semana para avaliar dezenas de projectos e outra para corrigir dezenas/centenas de exames.
Eis que dois anos volvidos, o guardião da pedagogia cogita algo que se lê mas que custa a acreditar…se tal acontecesse numa escola como Delft, bem entendido.
Excerto da Acta do Concelho Pedagógico Março 2023
Excerto da Acta do Concelho Pedagógico Abril 2023
Não se entende como é possível que orgãos responsáveis, que incluem o presidente da escola, possam estar a discutir a mudança do sistema de períodos nos termos descritos acima. Dois anos decorridos e uma aluna propõe que, “..se calhar, isto das 7 semanas é má ideia e, se calhar, 8 a 10 semanas pode funcionar…aliás é assim em Delft “. Ou seja, uma pessoa que está na escola há um par de anos e daqui a outro par de anos já cá não está, discute um assunto destes ao mesmo nível que outros que cá andam há décadas e são “profissionais”. Não sei se os alunos leram o CAMEPP o PERCIST o MEPP ou ouviram entusiastas palestrantesb de ocasião que atestavam ter estudado profundamente, não só Delft, como todas as outras! Viram tudo ! Talvez tenham esquecido de estudar bem o Técnico !
Se a discussão correu ao nível que o extracto acima documenta, temeria o piorc. Por um lado assuntos estruturais de uma universidade são discutidos com palpites dados por pessoas que, não obstante serem parte integrante da escola, estão cá de passagem e conhecem um mundo que começou “anteontem”. Por outro parece que o resto, alguns dos supostos curadores da instiuição, não têm melhor solução que também dar palpite e, cientificamente, calcular uma possível mudança no centróide do conjunto proposto pela aluna…com um caveat : “avaliação contínua a 100%”. Como diria o Homem-Aranha “with great power comes great responsibility” !
João Paulo Costeira
b) Recordo a única palestra com pouco debate dada pelo Prof. Broguera no DEEC
c) Um dos membros executivos deste orgão seria vogal da escola doutoral . Diz muito sobre a governança !