A “Última Lição” de Luis Magalhães do Dep. de Matemática do IST
A “Última Lição” de Luis Magalhães do Dep. de Matemática do IST, a 6.JUL.2022, teve as partes: “Lições de Vida Académica” e “Lições do Desenvolvimento da Matemática no IST”, que incluíram críticas à recente “mundialmente inédita” reforma curricular do Técnico e à gestão de Directório alienando a participação permanente do conjunto do Faculty, bem como conselhos para correcção urgente dos erros, subordinados a 5 Princípios Gerais:
- TALENTO – atrair, estimular, cultivar para florescer, e rejuvenescer
- Visar QUALIDADE DE TOPO internacional
- Uma só medida não serve a todos
- Disponibilizar tempo de QUALIDADE para trabalho ponderado e actividades extracurriculares a Alunos e Professores
- Estimular um ambiente em que FERVILHE o CONFRONTO DE IDEIAS e o PENSAMENTO CRÍTICO, permanentemente GERIDO PELO CONJUNTO DO FACULTY.
A 2ª destas duas partes é uma descrição sintética de como o ensino das disciplinas básicas de Matemática no Técnico evoluiu desde a fundação e das sucessivas reduções que com a recente reforma curricular resultaram numa redução do tempo lectivo para menos de metade do que era no período 1970-85 e quase um quarto do que foi desde a fundação do Técnico até 1960.
Em consequência o tempo lectivo de disciplinas básicas de Matemática no Técnico é agora só 58% na EPFLausanne e perto disso na ETHZurich, reconhecidamente 2 das 4 melhores Escolas de Engenharia da Europa.
Das fatalidades que no ensino de Matemática sucumbiram à recente reforma curricular destaca-se:
– Deixou de ser ensinada Análise Complexa, o que é inédito em cursos de Engenharia, em consequência do corte de 49 horas de aula nas disciplinas básicas de Matemática
– Superfícies e teoremas de Gauss e Stokes (com divergência e rotacional) deixaram de caber na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral de várias variáveis no 2º sem. do 1º ano, em que eram naturais e necessários, e tiveram de ser metidos a meio do 1º sem. do 2º ano entre Equações Diferenciais e Séries de Fourier.
Agora este importantíssimo assunto não pode ser tratado com o detalhe necessário, e agora surge fora do contexto apropriado e depois de ser preciso em disciplinas de outras áreas, como por exemplo de Electromagnetismo.
Os conselhos principais foram:
- O melhor que o Técnico tem a fazer é honrar a objectividade factual e a racionalidade da sua tradição fundacional e avançar com NOVA REFORMA URGENTE, apagando os ERROS grosseiros da actual e recomeçando do ZERO, em vez de, com receio de perda de prestígio, persistir em retocar e escavar mais o buraco em que se meteu e está sozinho,
- Agora depois de estudar A SÉRIO o que se faz nas Universidades de TOPO
- Desta vez MELHORANDO o que havia antes
- Usar ao MÁXIMO as Parcerias Internacionais com EPFL, Carnegie Mellon e MIT. Não se percebe porque não se fez!!!
- É URGENTE começar o TRABALHO necessário porque é tanto que se for bem feito e depressa demorará 2 anos.
- PERDA DE PRESTÍGIO MAIOR SERIA NÃO SER REALISTA E PERSISTIR NO ERRO!
(Fonte: “Última Lição” de Luis Magalhães , 6.JUL.2022)
Os conselhos foram ignorados apesar da presença na sessão do Presidente do IST e de outros dirigentes.
Perdeu-se quase mais um ano! Entretanto, persistiu-se em remendos que persistem no ERRO e o aprofundam.
O Talento pode ser também cultivado mais cedo, na perspetiva deste Engenheiro Educador de Princeton,
https://www.youtube.com/watch?v=Ox49EB1tNW4&t=9s
que usufruíu desta Aritmética:
https://www.youtube.com/watch?v=09Y-huCMjIc&t=150s
https://deq.tecnico.ulisboa.pt/TV/Psicoaritmetica.pdf
A reforma pode começar pela APIST. Posteriormente, poderá evoluir para a Educação Primária, tomando algum espaço atualmente alocado ao Ensino Terciário?
https://montessori-ami.org/about-montessori
https://deq.tecnico.ulisboa.pt/TV/PedagogiaCientifica1916-17.pdf