O declínio da Formação Educativa
– As estratégias e metas defendidas pelo Conselho Pedagógico do IST –
http://forum24.tecnico.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2024/01/MTP-10-12-2023_Declinioformativo.pdf
O declínio da Formação Educativa
– As estratégias e metas defendidas pelo Conselho Pedagógico do IST –
MTP, Raquel Crespo*
10 Dezembro, 2023
Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), edição 2023, publicados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento [1] revelaram que o desempenho dos alunos do ensino pré-universitário – 15 anos (Matemática, Leitura e Ciências) em Portugal tem vindo, em média, a diminuir desde 2015 como se mostra na Figura 1 [2].
Figura1: Pontuação do desempenho dos alunos do ensino pré-universitário em Portugal. A linha a preto representa o ajuste dos dados. Dados retirados de [2].
Dos alunos avaliados apenas 5-7% têm um desempenho considerado excelente (embora inferior à média da OCDE) [3]. Para além desta avaliação de desempenho, existem outras métricas relevantes, como por exemplo a situação socioeconómica, o bem-estar e a capacidade criativa do aluno.
No caso do IST, este cenário agudiza-se pela simples razão de que as médias de entrada se encontram igualmente em declínio [4].
É naturalmente esperado que esta conjuntura traga sequelas aquando do ingresso no ensino Universitário, cabendo – também – às Universidades a definição de um plano e uma estratégia de resposta para que uma deficiência formativa não se instale nos alunos Universitários.
Ora, nada disto se tem passado no IST!
Como resposta, assistimos bem pelo contrário a: (i) uma reforma imposta e apressada do modelo de ensino, que inviabiliza qualquer possibilidade de correção de disparidades, podendo em alguns casos impedir os necessários aprofundamentos, (ii) metas irrealistas de passagem de 80% dos alunos inscritos se aplicada a todas as UC de todos os cursos, sem exceções (meta aliás incoerente com o Regulamento, o qual estabelece que “Não são permitidas escalas de classificação que resultem de ajustes a distribuições estatísticas“), (iii) um abrir de portas para uma diminuição nas metas de avaliação: “ A nota mínima de componentes de avaliação eliminatórias não pode ser superior a. 9,5, e, no caso de Exame ou MAP, é no máximo de 8,0 valores“ [5].
É de todo evidente que soluções Simplex, não podem ser aplicadas atrás de um slogan de mudança. É preciso pensar nas suas repercussões!
WebBibliografia
[1] OECD (2023), PISA 2022 Results (Volume I): The State of Learning and Equity in Education, PISA, OECD Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/53f23881-en
[2] https://oecdch.art/a40de1dbaf/C883
[3] https://www.oecd.org/pisa/publications/Countrynote_PRT_Portuguese.pdf
[4] MTP, Pedro Bicudo*, Grande Quebra do IST nas colocações no Acesso ao Ensino Superior
[5] https://conselhopedagogico.tecnico.ulisboa.pt/files/sites/32/regulamento-avaliacoes.pdf
*Relator
A propósito da resposta do IST, em 22 de Fevereiro, o Plenário do Conselho Pedagógico aprovou a versão 2.1 do Regulamento QUC. Em 4.1.2, , o texto da versão 2.05
“▪ Funcionamento Inadequado, se pelo menos um dos dois itens do grupo tem resultados
inadequados ou taxa de aprovação UC-Curso ≤ 20% e taxa de aprovação UC-Curso < taxa de
aprovação média do ano curricular do curso – 20%;
▪ Funcionamento A melhorar, se não tem um funcionamento inadequado e se pelo menos
um dos dois itens do grupo tem resultados a melhorar ou taxa de aprovação UC-Curso ≤ 50%
e taxa de aprovação UC-Curso <taxa de aprovação média do ano curricular do curso – 15%;”
foi alterado, na versão 2.1, para
“▪ Funcionamento Inadequado, se pelo menos um dos dois itens do grupo tem resultados
inadequados ou taxa de aprovação UC-Curso ≤ 50% ou taxa de aprovação UC-Curso < taxa
de aprovação média do ano curricular do curso – 20%;
▪ Funcionamento A melhorar, se não tem um funcionamento inadequado e se pelo menos
um dos dois itens do grupo tem resultados a melhorar ou taxa de aprovação UC-Curso ≤ 70%
ou taxa de aprovação UC-Curso <taxa de aprovação média do ano curricular do curso – 15%;”.