Grande Quebra do IST nas Colocações no Acesso ao Ensino Superior

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Grande Quebra do IST nas Colocações no Acesso ao Ensino Superior

Relator pelo MTP : Prof. Pedro Bicudo, IST, 28 de Dezembro de 2023


O Movimento para a Transparência e Participação do IST (MTP) pretende que os assuntos importantes para o IST sejam discutidos. O IST tinha a tradição de analisar as colocações de novos alunos nos seus cursos. Analisamos neste breve artigo os resultados que o IST teve nos últimos anos, no top 100 das instituições de ensino superior portuguesas, em função das colocações na 1a fase do acesso ao ensino superior. O top 100 é um bom indicador do interesse dos candidatos no IST, pois corresponde a cerca do top 10% das instituições do Ensino Superior. Indicamos o número de cursos sem os identificar, para analisarmos a Big Picture do desempenho do IST.

É usual o ranking dos cursos, no acesso ao ensino superior, ser ordenado pela nota do respetivo último aluno a ser colocado. Os dados são públicos e são divulgados anualmente pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES). Os dados dos últimos 26 anos estão publicados no website oficial, http://dges.gov.pt/coloc/2023/
https://www.dges.gov.pt/pt/pagina/regime-geral-ensino-superior-publico-concurso-nacional-de-acesso

Em anos precedentes, o IST teve um excelente desempenho, sendo tradicionalmente líder nacional nas áreas de Engenharia, Ciências Naturais e Arquitetura (ECNA). No entanto, na Figura 1, é patente que existe uma clara quebra. No melhor ano, 73% dos cursos do IST chegaram a estar no top 100, neste ano de 2023 apenas estão 32%. Curiosamente, a quebra ocorre temporalmente após a
entrada em funções da atual direção do IST (2019: Presidente do IST e 2020: conselho de Escola)

Para entender melhor que causas podem levar à quebra do ranking do IST, apresentamos a Figura 2, onde representamos os dados do IST comparando-os com dois outros conjuntos de dados de instituições no top 100. As curvas a tracejado servem apenas para guiar o olhar.


Poderia por exemplo pensar-se que a área geográfica de Lisboa tem um estigma, que penaliza o IST. Controlamos este ponto ao incluir na Figura 2 os dados de todas as instituições do Ensino Superior da área geográfica de Lisboa s/IST (excetuando o IST). Os dados de Lisboa s/IST mostram que não existe estigma na área geográfica de Lisboa pois crescem com flutuações razoáveis desde 2009.

Poderia ainda pensar-se que os cursos de ECNA na região têm um estigma. Controlamos esta questão incluindo também os dados da FCT da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), que compete diretamente com o IST. Para além do IST, a FCT/UNL tem na região todos os outros cursos de ECNA do top 100, bem como oferece 19 cursos tal como o IST. Os dados da FCT/UNL mostram que este estigma também não existe. Pelo contrário a FCT/UNL está a crescer no top 100 desde pelo menos 1997, com cursos que já existem há vários anos e têm vindo a melhorar o seu ranking. Seguindo a tendência atual, a FCT/UNL até poderá em breve ultrapassar o IST.

Os dados da figura mostram tendências robustas nos dados do IST (anteriores à atual direção), nos dados de Lisboa-IST, e nos dados da FCT/UN. No entanto é visível uma quebra do IST nos últimos anos.

O IST estava com uma notável dinâmica de crescimento a partir de 2004, que culminou após a fusão da UTL com a UL. Segundo a Figura 2, a fusão foi benéfica para o IST. Notamos ainda um período de latência de cerca de um ano, entre a fusão UTL-UL e o crescimento do IST no top 100 de 2015, e entre a nova direção e a descida de 2021

O Movimento para a Transparência e Participação no IST

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