O IST como Escola de Novas Artes Decorativas

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O IST como Escola de Novas Artes Decorativas

Mal passada a tragédia da pandemia logo outra se instalou com a implementação do novo modelo de ensino.

Não há conversa com alunos que não conduza espontaneamente à ideia de que são “baldes” que se enchem de “coisas” decoradas à pressa para esvaziar no MAP mais próximo. O tempo para a assimilação de conceitos, o amadurecimento das ideias e a capacidade de resolução de problemas desapareceram no turbilhão da avaliação contínua intensiva, obrigatória e de peso excessivo. A solução óbvia para qualquer aluno é o recurso à capacidade de memorização.

Decorar simplesmente para esquecer definitivamente é o novo lema do IST.

Como consequência inevitável os docentes deslizam no plano inclinado do nível das avaliações para evitar taxas de aprovação ridículas.

O IST recebe, todos os anos, alunos com notas de acesso altíssimas para se tornarem especialistas em técnicas de memorização? Que escola de Engenharia  estamos a construir? Parece claro que estamos a destruir uma boa escola de Engenharia.

Verdadeiramente preocupante é ver e ouvir a frustração dos alunos que vai rapidamente substituindo o entusiasmo da entrada. Não é nada difícil imaginar a consequente debandada no final do primeiro ciclo.

Quase no fim de quatro semestres com este novo sistema de ensino, os gabinetes, os corredores, as salas de aula, as Últimas Aulas, os inquéritos e o referendo organizado pela AEIST adivinham o desastre.

O desassossego vai-se instalando…

A irreverência historica do IST é a nossa esperança.

Gabriel Pires

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